Recentemente o governo brasileiro iniciou uma campanha para a redução progressiva do sal na alimentação diária do brasileiro. Muita gente reclamou, e muitos não estão nem ligando para estas orientações.
É claro, e muito bem conhecido, que a dieta rica em sal é danosa para a pressão arterial e coração. E isto significa falar de todas as doenças que, atualmente, são as mais letais para o ser humano: as doenças cardiovasculares.
Ocorre que o sal também está implicado na gênese de certos tipos de câncer, o que, então, gera preocupação para a segunda causa de morte para o homem ocidental: o câncer. Há evidências de que a ingestão exagerada de comidas salgadas ou de alimentos preservados em sal (os defumados, os salgados, os secos) poderiam aumentar o risco de câncer de estômago. E estas evidências mais importantes vêm de países com alto consumo de sal na dieta: Reino Unido e Japão.
No Reino Unido se descreve que 25% de todos os pacientes com câncer de estômago ingeriam mais de 6 gramas de sal por dia(*). Uma revisão sobre o assunto (câncer do estômago) revelou que as pessoas que ingerem maiores quantidades de sal diário têm um risco de cerca de 70% maior que aqueles que ingerem pequenas porções diárias de sal.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), em nova orientação, indica uma ingestão diária menor que 5 gramas de sal, o que equivale a uma colher das de chá, rasa, ao dia, ou 5 sachês de sal (de 1 grama cada), ao dia(**).
(*)Parkin, M., et al., The fraction of cancer attributable to lifestyle and environmental factors in the UK in 2010. BJC 2011. 105, Supp. 2, 6 December 2011.
(**) Ministério da Saúde do Brasil.
Dr. Gilson Delgado
Diretor do IOS.